segunda-feira, janeiro 21, 2008

BBBesteirol -Observando o vazio



A ideia de observar estranhos numa situação extrema assim como ratos numa caixinha transparente foi, sem dúvida, um chamariz sem precedentes com o lançamento do BB no Brasil.
A ideia é tão simples e rasteira que beira o simplório: pessoas confinadas são filmadas 24 hrs ao dia e tudo é televisionado como atração ou entretenimento.
E é só.
A graça de tudo fica por conta da edição que transforma o dia a dia ordinário em algo com significado e claro pela mente do telespectador que vê e dá sentido a trivialidade ali mostrada
A parte psicológica do programa é sem duvida uma das partes mais interessantes pois acontece de tudo: com 3 dias de confinamento( e a cachaça) perfeitos estranhos fazem juras de amor e pactos de sangue reais; por conta disso formam-se casais de emergência movidos mais pelo instinto do que pela razão e por fim a choradeira pela eliminação de alguém provando que ali se vive num palpável micro-mundo de perdas e ganhos.

O que realmente me impressiona é a importância que o brasileiro dá a esse tipo de atração, me parece que pela falta de opção na TV aberta, termina-se engolindo qualquer coisa sem muito questionamento, alias qual a relevância de um BBB na vida das pessoas?
Por que 17 milhões de pessoas( seria tudo isso mesmo?)"votam", interagem nesse tipo de programa?
E o grande porquê:Por que a vida de estranhos é foco de observação tão atenta do público e da mídia: Eis as questões a serem repensadas.
Ao meu ver não existe utilidade real nesse tipo de programa, que não gera nada além de verbas publicitárias e milhões de molóides ligados a uma realidade externa, falsa e por fim produzida
Sem hipocrisia: quem vê o BBB deixa de se atentar a própria vida e aí está o escapismo perfeito: se esconder na existência e experiência dos outros em detrimento da sua própria observando o vazio pleno e quem sabe o vazio da sua própria existência.


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