sexta-feira, agosto 10, 2007

Políticos e o uso dos meios de comunicação




Há algo mais ascintoso do que ver um representante legalmente eleito pelo povo se esbaldando na TV achando que está na piscina de casa? Acho que não. Politica e comunicação de massa sempre andaram de mãos dadas especialmente no Brasil, e exemplos claros não faltam : Rede Globo e os militares é o maior deles e prova de como a esfera pública de uma mídia, se mal utilizada, torna-se criadouro de dominação.

O fenómeno não é novo e nem uma exclusividade da minha cara Cidade verde, mas exige um mínimo de análise. Por quê? Explico.
Se um deputado, vereador, governador ou seja lá que cargo for se utiliza de meios de comunicação em TV aberta para fazer os famosos "programas policiais ou de denúncia" ele presta um serviço de utilidade pública, até aí louvável. ( aliás qualquer um poderia fazer isso)

O problema está na figura pública temporariamente convertida em showman, de âmbito eminentemente privado revestido de verbas publicitárias, oferecimentos e outros , ou seja , as duas figuras se misturam numa promiscuidade perigosa e distorsiva sem a clara definição de onde começa uma e termina a outra .

Na mente do público leigo e menos avisado( o público alvo desse tipo de programação) acontece o que pode se chamar de "inversão de papéis" cria-se a ideia de que aquele político e todos os seus feitos, não só são bons, mas merecem o voto no próximo pleito. Pela minha pouca experiência isso se chama utilização indevida da mídia.Se há a necessidade de propagandear os atos de certo político que se faça isso dentro da TV pública com a respectiva partição do tempo entre os partidos.Não na TV aberta.

Qual o perigo? Esse apresentador-politico se transformar num populista que posa com criançinhas, as beija, demostra carinho meticuloso e por fim vira o Super-homem das classes menos favorecidas.

Lugar de político não é na TV cantando moda de viola, chorando teatralmente, se irritando com as ofensas ao bem público, ou ainda se promovendo de forma tão explicita.

Lugar de político é na tribuna, na base eleitoral, em contato com o povo, com as caras nos livros de direito procurando brechas de fazer o dia a dia do povo um pouco melhor. E ali fazer a diferença, ou seja, no lugar que lhe cabe, nem mais nem menos.

Situações como essa precisam de uma regulamentação pois o público e o privado terminam se misturando e aí mora o perigo. Publicidade dos atos se diferencia em gênero, número e grau de promoção pessoal. São coisas distintas.


É de se admirar que não hajam protestos contra isso, o que falta acontecer? Boa pergunta
Escolhe, ou um ou outro, ou é assistente de palco do ridículo ou deputado, vereador ou seja lá o que for. OS DOIS NÃO PODE E NEM DEVE!
Políticos que "fazem" ( entregam casas, óculos, muletas) para depois mostrar (e com esse fim em mente) deveriam sofrer algum tipo de advertência, sem demagogia
Há lei contra( exceto em período eleitoral) ? não
Mas é ético? igualmente não

Políticos sérios e mais comprometidos com a ética do que com seus merchadising deveriam se abster de tal prática, mas aqui é o Brasil e funciona a "lei do sinal vermelho", ou seja, se um foi o outro vai atrás para aproveitar a deixa. Bom senso mestre é o que falta a esse tipo de gente que se julga "comunicadora" da verdade popular, dos tramas humanos se encarregando de apoiar os mais carentes, mas que no final das contas secretamente anseia somente o poder a longo prazo e a divulgação de seus feitos de caridade em tempo oportuno: nas eleições.
Jogo sujo de primeira grandeza.
Sugiro uma lei clara contra esse tipo jogo duplo em todas as esferas sejam elas federal, estadual ou municipal.

Enquanto políticos se utilizarem da midia de forma errónea e em benefício próprio( mesmo que indireto) a democracia plena vai ser um estrela apagada.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Fora do ar por uns meses

Quem precisar entrar em contato comigo, mande pro faf1981@gmail.com

Até a próxima


Fábio